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Reforma Trabalhista e perícias médicas: o que mudou?


Reforma Trabalhista e perícias médicas: o que mudou?

Reforma Trabalhista e Perícias Médicas: o que mudou?

A Reforma Trabalhista, implementada em 2017, trouxe uma série de mudanças significativas para o cenário jurídico e empresarial no Brasil. 

Entre as diversas áreas afetadas, as perícias médicas em processos trabalhistas passaram por importantes alterações. As novas regras trouxeram alterações que influenciam diretamente a prática pericial e a avaliação de questões de saúde e segurança do trabalho. 

Neste artigo, analisaremos as principais mudanças e como elas afetam trabalhadores, empregadores e peritos.



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Neste artigo, você vai ler:

  • O que é a Reforma Trabalhista e suas principais mudanças

  • Novas diretrizes para a realização de perícias médicas

  • Perspectivas futuras e possíveis ajustes na legislação

Boa leitura!


O que é a Reforma Trabalhista e suas principais mudanças


A Reforma Trabalhista, formalizada pela Lei nº 13.467, alterou substancialmente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

Algumas das mudanças mais notáveis incluem a flexibilização da jornada de trabalho, novas regras para o trabalho remoto e a prevalência do negociado sobre o legislado em diversas situações. Além disso, foram introduzidas novas regulamentações sobre a terceirização, a rescisão contratual e o trabalho intermitente, entre outros aspectos. 

Essas alterações impactaram diretamente a forma como os processos trabalhistas são conduzidos, influenciando tanto os empregadores quanto os trabalhadores.

Antes da reforma, as perícias médicas já desempenhavam um papel crucial na resolução de disputas trabalhistas, especialmente em casos de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. No entanto, com as novas diretrizes, o papel dos peritos médicos foi ainda mais enfatizado, exigindo uma maior precisão e detalhamento nos laudos periciais. 

Essas mudanças visam garantir maior segurança jurídica e eficiência nos processos, reduzindo o número de disputas judiciais e agilizando a resolução de casos.



Novas diretrizes para a realização de perícias médicas

As diversas mudanças nas relações de trabalho devido à Reforma Trabalhista impactaram diretamente nas perícias também:

Carga Horária e Intervalos: a reforma permitiu maior flexibilidade na jornada de trabalho e nos intervalos, o que pode influenciar as condições de saúde dos trabalhadores. A análise dessas condições durante uma perícia médica pode considerar a nova legislação.

Autônomos e Trabalho Intermitente: a introdução de contratos para trabalhadores autônomos e intermitentes alterou o vínculo empregatício e, com isso, a responsabilidade sobre a saúde do trabalhador. Nas perícias, pode ser necessário avaliar de forma diferente a relação entre a atividade exercida e eventuais doenças ocupacionais.

Acordos Individuais e Coletivos: a prevalência do negociado sobre o legislado permitiu que acordos individuais e coletivos definissem condições de trabalho, o que inclui aspectos relacionados à saúde e segurança no trabalho. Nas perícias, esses acordos podem ser considerados ao avaliar as condições de trabalho.

Terceirização: a ampliação da terceirização permitida pela reforma pode impactar a responsabilidade pelas condições de trabalho e saúde dos empregados terceirizados. As perícias podem precisar considerar a responsabilidade compartilhada entre contratante e contratada.

Indenizações e Responsabilidades: a reforma estabeleceu limites para indenizações por danos morais e materiais, incluindo aqueles relacionados à saúde e segurança do trabalho. As perícias médicas precisam considerar esses limites e as novas regras para avaliar a extensão dos danos.

Além disso tudo, com a reforma, as perícias médicas passaram a seguir critérios mais rigorosos e objetivos. Isso inclui a necessidade de uma fundamentação técnica mais robusta e detalhada nos laudos, além da padronização de procedimentos para garantir maior imparcialidade e precisão nos resultados. 

Os laudos médicos, agora, devem incluir uma análise detalhada dos aspectos clínicos, epidemiológicos e ambientais relacionados ao caso. Isso significa que os peritos devem considerar não apenas o estado de saúde do trabalhador, mas também os fatores ambientais e organizacionais que possam ter contribuído para a condição médica. 

Por exemplo, em casos de doenças ocupacionais, é essencial que o laudo inclua uma análise dos agentes químicos, físicos ou biológicos presentes no ambiente de trabalho e sua possível relação com a doença diagnosticada.

Além disso, a reforma reforçou a importância da transparência e da comunicação clara nos laudos periciais. Os laudos devem ser escritos em uma linguagem acessível, evitando termos técnicos excessivamente complexos que possam dificultar a compreensão pelos juízes, advogados e partes envolvidas. 



Mudanças nas perícias de insalubridade e periculosidade

As novas regras exigem uma análise mais detalhada das condições de trabalho, incluindo a medição precisa de exposição a agentes nocivos e a avaliação dos equipamentos de proteção utilizados. Isso visa garantir que os laudos sejam mais precisos e reflitam de forma fiel as condições enfrentadas pelos trabalhadores no ambiente de trabalho.

A determinação de insalubridade agora também requer uma avaliação mais rigorosa dos níveis de exposição a agentes químicos, físicos ou biológicos. O perito deve medir esses níveis com equipamentos adequados e compará-los com os limites estabelecidos pela legislação. Além disso, é necessário avaliar se os equipamentos de proteção individual (EPIs) fornecidos pela empresa são adequados e se estão sendo usados corretamente pelos trabalhadores.

No caso de periculosidade, a análise envolve a avaliação de fatores como o risco de explosão, incêndio ou exposição a materiais perigosos. O perito deve considerar não apenas os riscos presentes no ambiente de trabalho, mas também a eficácia das medidas de segurança implementadas pela empresa.


Quem paga pela perícia

Segundo as novas regras da reforma, quem deve fazer o pagamento dos honorários do perito é a parte que perdeu o processo.

No entanto, em algumas varas, as partes interessadas podem fazer um depósito adiantado ao responsável pela perícia trabalhista.


Perspectivas futuras e possíveis ajustes na legislação

Apesar da Reforma Trabalhista, o cenário continua em evolução. Há discussões em andamento sobre possíveis ajustes e aprimoramentos na legislação, especialmente em áreas críticas como segurança no trabalho e direitos dos trabalhadores. 

Para peritos médicos e outros profissionais da área, é crucial acompanhar essas mudanças e estar preparado para adaptar suas práticas de acordo com novas exigências legais e regulamentares.

Os próximos anos podem trazer novas regulamentações e diretrizes que afetem a forma como as perícias médicas são realizadas. Por exemplo, pode haver uma maior ênfase na utilização de tecnologias avançadas, como a telemedicina e a inteligência artificial, para melhorar a precisão e a eficiência dos laudos periciais. 

Além disso, as mudanças demográficas e econômicas podem criar novos desafios e oportunidades para os peritos médicos, exigindo uma adaptação contínua e uma abordagem proativa.

Em suma, as alterações introduzidas pela Reforma Trabalhista redefiniram a maneira como as perícias médicas são realizadas, impactando diretamente a dinâmica entre trabalhadores, empresas e peritos. 

A adaptação a esse novo contexto é fundamental para assegurar a integridade dos processos e a segurança jurídica. À medida que o mercado continua a evoluir, é crucial que profissionais da área se mantenham informados e capacitados para enfrentar os desafios emergentes. 

A formação contínua e a especialização são essenciais para que os peritos médicos possam fornecer laudos de alta qualidade e precisão, contribuindo para a resolução justa e eficiente dos processos trabalhistas.



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